quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Jornais e Revistas


Juca Kfouri - Mosqueteiro campeão
Se há um grupo de jogadores neste país que leva ao pé da letra o lema dos mosqueteiros, ''um por todos, todos por um'', este é o grupo do Grêmio, estupendo tricampeão da Copa do Brasil.
E não é por acaso que o símbolo do tricolor foi insp
irado em Alexandre Dumas.
Depois de garantir um 0 a 0 com dez jogadores no Olímpico _pela
justa expulsão de Dinho_, o que o campeão do Brasil fez no Maracanã foi outra vez comovente.
Ganhava bem até perder o xerife Rivarola e parecia derrotado depois que Romário desempatou para delírio do estádio repleto.
Não desistiu, acreditou com a fé dos grandes vencedores e, mesmo com Paulo Nunes numa noite só esforçada, teve em Carlos Miguel o fator que desequilibrou o jogo e calou a massa rubro-negra.
Ele já havia dado a bola para o primeiro, e belíssimo, gol de João Antônio.
Então, pegou a bola na intermediária, lançou p
ara Roger, correu para o miolo da grande área, recebeu de volta e fez ainda mais alegre o porto do Guaíba.
Alguém um dia disse, e virou marca registrada, que o Grêmio é o mais argentino dos times brasileiros.
Pois é pouco, apesar de a escola argentina ser fabul
osa e bicampeã mundial.
O Grêmio, pela sua perseverança, é o mais alemão dos
times nacionais, descendente direto de outra escola brilhante e, afinal, tricampeã do mundo.
Tri como o Grêmio é tri da Copa do país do tetra
e a caminho de ser _por que não?_, no ano que vem, tetra da Copa do país do penta.
*
Ao Grêmio só falta uma direção que confie
mais no valor de seus jogadores e no espírito que a torcida e a própria administração do clube inocularam no time.
O Grêmio não precisa que seus dirigentes invadam o gramado ou mandem cortar a água do vestiário adversário, práticas incompatíveis com um enorme campeão. (Folha de São Paulo, 24 de maio de 1997)

Telê Santana - Conquista merecida
O título da Copa do Brasil ficou em boas mãos.
Desde a primeira partida eu senti que o Grêmio conquistaria esse título. Mesmo tendo empatado o primeiro jogo e decidindo contra o Flamengo no Maracanã.
Eu já treinei o Grêmio e sei a força que o tim
e tem em finais.
A torcida gaúcha dá uma força muito grande ao ti
me na hora da decisão.
Apesar de ter perdido alguns bons jogadores, como o Jardel, e o técnico Luiz Felipe Scolari, o time se manteve forte e fez por merecer mais essa conquista. (Fol
ha de São Paulo, 25 de maio de 1997)

Alberto Helena Jr.
Não sei quem, lá no Sul _desconfio que seja o Lauro Quadros_, revelou o segredo desse Grêmio interminavelmente campeão: esse Grêmio, simplesmente, se nega a perder. Pode trocar de técnico; sai jogador entra outro; seja a decisão lá, cá ou acolá, não interessa, o tricolor gaúcho, no fim das contas, leva a taça.
Talvez tenha a alma em forma de cabide, que não lhe permite vergar-se diante de qualquer situação, como costumava metaforizar o saudoso Kid Jofre, pai do nosso Galo de Ouro, Eder, ao explicar a diferença entre um verdadeiro campeão de boxe e outro apenas ocasional. O fato é que não cai. Pode ir à lona, nunca a nocaute.
Mas, na decisão da Copa do Brasil, deu-me a revelação: naquele impreciso instante de qualquer partida decisiva, entre os 30 e 40 minutos do segundo tempo, quando adensa-se no ar a certeza de que o placar está definido, os jogadores, naturalmente, reduzem o ritmo, baixam a vigilância, desligam-se, até. Pois é aí que o Grêmio dá o bote. No momento da tácita trégua, é que ele ataca e mete a mão na taça. Foi assim com o Flamengo. Assim tem sido. E, pelo visto, assim continuará sendo. (Folha de São Paulo, 25 de maio de 1997)



Ruy Carlos Ostermann - A Unha Pródiga

O Grêmio fechou na quinta-feira um ciclo de vitórias, quase todas heróicas. A dimensão do heroísmo é uma prova de resolução dos problemas no limite do possível. Não houve um jogo desse ciclo de acontecimentos exitosos que oferecesse à contemplação da crítica ou do torcedor a margem de vantagem, facilidade ou aproveitamento que superasse a condição de dor e sofrimento que cada vitória carregou nas costas.

Por isso, a melhor explicação para o sucesso dos muitos times do Grêmio que têm enfrentado Copa do Brasil e Libertadores - com até quatro reservas, por exem
plo, como quinta no Maracanã - não está no plnao das considerações tático-estratégicas. Está na profunda realidade da bravura coletiva, da coragem individual e do time. Enfim, está justificada em valores permanentes da luta, da guerra e do conflito bem resolvido.

E poucas dimensões vitoriosas de um time servem mais a esse momento difuso do futebol brasileiro. O time do Grêmio não tem um astro consumado, de altíssima voltagem técnica como os principais brasileiros têm ou imaginam ter. Tem, ao contrário, um grupo que sabe jogar basicamente o futebol, tem boa técnica, mas que só se vale disso depois de ter quebrado a resistência ofensiva do adversário e se assegurado de que a bola é o primeiro triunfo dos times vitoriosos.
É essa identidade de guerra, luta e afirmação coletiva que está concedendo ao Grêmio as benesses de jogos encruados resolvidos positivamente, pelo regulamento ou pelo escore, na unha.

A unha pródiga do jogo.


***
"Para ganhar do Grêmio, um time precisa ser mais técnico e mais competitivo. Se não for as duas coisas, no máximo empata. Ganhar, não ganha."

-o cronista Fernando Calazans, de O Globo, fino texto carioca, avaliando as duras circuntâncias da final da Copa do Brasil, sob o título de Ganhou o Melhor." (Publicado em 24/05/97 - Zero Hora)


Paulo Sant’Ana - Grêmio Supercampeão!
Milagre! Milagre! Milagre! Depois de quase morto no Maracanã de 100 mil flamenguistas, ressuscitou a garra farrapa do Grêmio, ressurgiu a flama maragata e chimanga do Grêmio, a tradição gaúcha de força, garra, combatividade, a alma ancestral da bravura gaúcha foi mostrada e lavada no gramado do maior estádio do mundo. Que vitória, que título, que extraordinária demonstração de obstinação, de fé no destino de vitória, que danação incrível no corpo e no espírito diante da adversidade. Simbolizada numa atuação de leão, numa reação de fera do grande Otacílio em todo o gramado.

Fantástico Grêmio, que detém agora os dois únicos títulos de abrangência nacional, é campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil, não dá mais para nenhum paulista, nenhum carioca, nenhum brasileiro contestar esta grandeza gigantesca de um time provinciano, que agora ganha o Brasil como já ganhou duas vezes a América e o Mundo.

***

O Grêmio é campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil ao mesmo tempo. Nunca houve nada igual no futebol brasileiro. São cinco títulos nacionais. Os paulistas e os cariocas vão declarar, observem nos próximos dias, que o Grêmio é o time da década e o time do milênio no futebol brasileiro É um clube predestinado à glória, nada há que o detenha no encontro com a vitória. O Grêmio é um milagre, uma utopia, um fato material, espiritual, mediúnico e sobrenatural que deixa para sempre os seus torcedores envoltos em sonhos e fantasias de felicidade.

Quase não dá para acreditar que o Grêmio tenha tantos títulos em sua bagagem. Porque o Grêmio é pobre perto do Corinthians, do Flamengo, do Palmeiras, esta potências todas que o Grêmio tem batido nos últimos anos, o Grêmio não tinha dinheiro para contratar um centroavante há poucos dias. E chegou à glória máxima de um time brasileiro ao se sagrar ao mesmo tempo campeão brasileiro e da Copa do Brasil, fato único e inédito , com um time de poucas estrelas, mas de um espirito de luta e dedicação , de uma insistência diante da adversidade como jamais se viu igual em outro time.

Não é o Grêmio que tem sorte, são os seus torcedores que nasceram com a sorte de ser gremistas.” (Publicado em 23/5/97 - Zero Hora)


 

Um comentário:

Anônimo disse...

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