quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Final - Grêmio 0 x 0 Flamengo


 


Flamengo consegue empate no Olímpico
Equipe carioca obtém igualdade sem gols diante do
Grêmio no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil

Grêmio e Flamengo empataram em 0 a 0, ontem à noite, no estádio Olímpico, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. A segunda partida é amanhã, no Maracanã.
O jogo foi marcado pela confusa arbitragem de Francisco Dacildo Mourão, xingado pelos torcedores e criticado pelos jogadores.
O jogo, porém, tampouco empolgou. Os erros e a falta de efetividade do ataque gaúcho se somaram à excessiva segurança da equipe carioca, que se esmerou mais na marcação do que em fazer gols.
O Grêmio começou assustando. Com apenas um minuto de jogo, Carlos Miguel cobrou falta na extrema esquerda do ataque, e a bola, após atravessar toda a área, bateu na trave de Zé Carlos.
Apesar de pressionado, o Flamengo mantinha a calma no meio-campo e, aos 20min, já conseguia dominar o setor.
As jogadas de ataque do Grêmio, porém, eram mais efetivas, como aos 24min, quando Zé Carlos tocou para escanteio chute de Arce.
Aos 31min, Evaristo de Macedo foi obrigado a colocar Rodrigo Gral no lugar de Dauri, sentindo a região do púbis. Mas, em seguida, a equipe se desestruturou com a expulsão de Dinho, que fez falta violenta em Sávio.
Sob os gritos de ''vendido'', Mourão perdeu o controle da partida. Distribui mais três cartões amarelos sem nenhum critério.
Nervosa, a equipe gremista deu espaço ao adversário e, aos 45min, Júnior Baiano teve a melhor chance do Flamengo. Cabeceou para boa defesa de Danrlei.
Na segunda etapa, logo aos 3min, Paulo Nunes chutou de fora da área. Júnior Baiano furou, e Rodrigo Gral desperdiçou.
O Flamengo reagiu dois minutos mais tarde. Romário fez bom lançamento para Nélio. Danrlei salvou a equipe mais uma vez.
Aos 12min, Romário repetiu a assistência, desta vez para Evandro, que tocou para fora.
O Flamengo vinha melhor e, aos 19min, Romário ficou sozinho na área. Danrlei barrou a jogada, mas o árbitro já anotava impedimento.
Para o segundo jogo, o desfalque no Flamengo será Júnior Baiano, que recebeu seu terceiro amarelo (Folha de São Paulo, 21 de maio de 1997)

"Gaúchos ainda culpam árbitro

Dirigentes, jogadores e comissão técnica do Grêmio se disseram inconformados com a atuação do juiz Dacildo Mourão, que, segundo eles, interferiu diretamente no empate do primeiro jogo da decisão, anteontem, em Porto Alegre.
As reclamações do Grêmio se referiram principalmente à expulsão de Dinho e à tolerância do juiz em relação aos jogadores do Flamengo. ''Foram dois pesos e duas medidas'', disse o presidente do Grêmio, Luís Carlos Silveira Martins.Os protestos gremistas encontraram ressonância nas declarações do diretor-técnico da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Gilberto Coelho, e do ex-juiz Renato Marsiglia, integrante da comissão que auxilia na coordenação da arbitragem brasileira.
''A atuação da arbitragem foi ruim. A expulsão do Dinho foi rigorosa, e o Dacildo cometeu vários equívocos'', disse Coelho.
''Eu simplesmente cumpri a regra do jogo'', afirmou Mourão. O juiz se referiu à regra que determina a expulsão do jogador que realizar jogada violenta.O técnico do Grêmio, Evaristo de Macedo, disse que Mourão foi ''covarde'' ao não expulsar Júnior Baiano (que fez falta violenta em Paulo Nunes e recebeu cartão amarelo) e que a sua atuação foi um ''desrespeito'' ao Grêmio.O Flamengo respondeu às acusações gremistas dizendo que a equipe gaúcha é violenta. ''O Grêmio tem um excelente time, por isso não precisa bater tanto'', disse o técnico Sebastião Rocha. "(Folha de São Paulo, 22 de maio de 1997)





 "O diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho, disse que o árbitro Francisco Dacildo Mourão foi "mal" na partida de ontem. Coelho considerou rigorosa demais a expulsão de Dinho, no primeiro tempo. "O Dacildo perdeu-se depois da expulsão do Dinho e cometeu vários equívocos", afirmou. No entanto, o diretor técnico da CBF fez questão de frisar que a honestidade do arbitro não pode ser questionada: "Ele é um juiz digno de confiança". (Zero Hora - 21 de maio de 1997)


"ÁRBITRO GARANTE O EMPATE Direção, jogadores e torcida deixam Olímpico revoltados com atuação da arbitragem após o O a O entre Grêmio e Flamengo Com uma atuação calamitosa, o cearense Dacildo Mourão impediu que o Grêmio largasse com vantagem sobre o Flamengo na final da Copa do Brasil, ontem à noite, no Olímpico. Ele expulsou Dinho injusta-mente e não deu pênalti sobre Rodrigo Gral. O jogo terminou em O a O. Amanhã, no Maracanã, a decisão do título. Com um novo empate, mas com gols, o Grêmio será campeão. Outro O a O determinará pênaltis. A expulsão de Dinho, aos 35min, provocou uma mudança na história do jogo. Até ali, o Grêmio dominava e, embora um pouco lento, buscava o gol com insistência. Logo a 1 minuto de jogo, Carlos Miguel sofreu falta junto à linha de fundo. Arce cobrou e acertou a trave esquerda. O Flamengo estava intimidado diante da determinação gremista. O time carioca só conseguiu respirar quando o árbitro Dacildo Mourão decidiu equilibrar a disputa tirando Dinho de campo. Dinho entrou duro em Sávio e fez uma falta típica de cartão amarelo. Mas foi expulso. Na arquibancada, a torcida gritava "vendido, vendido". A partir daí, o jogo ficou tenso. Aos 44min, Júnior Baiano aparou es-canteio e cabeceou para Danrlei brilhar, defendendo pela linha de fundo. Em nova cobrança, Danrlei saiu mal e Júnior Baiano cabeceou na trave direita. No segundo tempo, aos 3 minutos, Rodrigo Gral driblou o goleiro e chutou para fora. Aos 7min, Júnior Baiano fez falta dura sobre-Paulo Nunes. A torcida pediu a expulsão, mas o zagueiro levou só o cartão amarelo. O Flamengo teve 3 boas chances, mas encontrou Danrlei sempre bem colocado. Aos 35min, Rodrigo Gral sofreu carga por trás de Athirson, num pênalti que o árbitro não assinalou. (Correio do Povo - 21 de maio de 1997)


"CACALO EXIGIRÁ JUIZ DE FORA
A arbitragem do cearense Francisco Dacildo Mourão desagradou profundamente ao presidente Luís Carlos Silveira Martins. Tanto que hoje ele pedirá para a CBF escalar amanhã, no 2° jogo contra o Flamengo, um árbitro estrangeiro. "Não digo que Wilson de Souza Mendonça seja ladrão. mas ele não tem as mínimas condições psicológicas de apitar a partida", disse Cacalo. O dirigente afirmou depois que Dacildo Mourão roubou escandalosamente. -Ele deve ser investigado, pois faz parte da quadrilha do Ivens Mendes."O diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho, criticou por sua vez a expulsão de Dinho. "Ele (árbitro) foi rigoroso demais e se perdeu a partir daí", resumiu. "Quando a arbitragem é assunto principal, ternos de convir que não foi boa." O ex-presidente Fábio Koff era um dos mais indignados. "O Grêmio mostrou que é melhor, mas o juiz desequilibrou o jogo. No Maracanã, será outra história." O técnico Evaristo de Macedo também não deixou por menos: "É uma vergonha para o futebol a atuação desse rapaz".  (Correio do Povo - 21 de maio de 1997)


"BOMBA DE GÁS FERE REPORTER
Depois da partida, houve muito tumulto cm frente ao portão de saída dos árbitros. Um torcedor tentou invadir o vestiário onde estava o cearense Francisco Dacildo Mourão, mas foi contido pela Policia. Para controlar a multidão, a Brigada Militar usou duas bombas de impacto moral. Algumas pessoas saíram feridas, entre elas o repórter Daniel Oliveira, da Rádio Guaíba. O presidente do Flamengo, Kléber Leite, admitiu que a falta cometida por Dinho não era passível de cartão vermelho. "Mas, antes, o Dinho já havia feito umas duas faltas violentas. Se ele tivesse dado amarelo em uma delas, ninguém reclamaria da expulsão", ponderou. O técnico do Flamengo, Sebastião Rocha, disse que esperava mais do Grêmio. "Foi um time muito violento. Pensei que tocariam mais a bola." Amanhã, Grêmio e Flamengo voltam a se enfrentar, desta vez no Maracanã, na final da Copa do Brasil. Os times já têm duas certezas. Os gaúchas não poderão contar com o volante Dinho, expulso ontem. A equipe carioca estará desfalcada do zagueiro, Júnior Baiano, que levou o terceiro cartão amarelo. Otacílio, que ontem cumpriu suspensão, entra na vaga de Dinho. Dauri, com dores pubianas, é dúvida para compor o ataque com Paulo Nunes." (Correio do Povo - 21 de maio de 1997)





ÁRBITRO MUDA O JOGO NO OLÍMPICO Dinho foi expulso, a partida ficou em 0 a 0 e, amanhã, o Grêmio precisa do empate com o Flamengo Braço direito levantado. Na mão, entre o indicador e o polegar, o cartão vermelho. Diante dele, um estupefato Dinho. Eram 37 minutos do primeiro tempo e o árbitro Dacildo Mourão estava mudando o rumo da partida entre Grêmio e Flamengo, ontem à noite, no Estádio Olímpico. O 0 a 0 foi bom para o Flamengo, que amanhã joga em casa, no Maracanã, e ruim para o Grêmio, que vai precisar marcar pelo menos um gol, se quiser conquistar seu terceiro título da Copa do Brasil. O empate em zero leva a decisão para os pênaltis. Empate com qualquer outro placar dá a taça ao Grémio. No começo, o jogo parecia se encaminhar para o previsível. O Grêmio era vibrante, elétrico, pressionava o Flamengo, criava situações de gol. Já na saída de bola, Carlos Miguel fez boa jogada pela esquerda e foi derrubado por Júnior Baiano. Na cobrança da falta, Arce acertou na trave. Dois minutos depois, Paulo Nunes estava pedalando uma bicicleta na área inimiga. O time gaúcho continuou no ataque, apesar de Paulo Nunes estar bem marcado por Júnior Baiano. Tudo isso até Dinho ser expulso injustamente. O volante ainda não havia levado cartão amarelo e cometeu a falta sobre Sávio na lateral-esquerda do campo de ataque.  Com a expulsão, a torcida enlouqueceu nas arquibancadas. Passou a gritar como não gritara até então, acreditando na mística das últimas partidas, quando o Grêmio também foi prejudicado e reagiu com energia. Só que ontem o Grêmio teve de enfrentar o toque de bola do Flamengo. Um toque de bola que mata o jogo, quebra o ritmo do adversário, cansa jogadores que, como os do Grêmio, já estão desgastados. No final do primeiro tempo, aos 46 minutos, o Flamengo deu uma amostra pressaga do que aconteceria no segundo tempo. Depois de uma cabeçada de Júnior Baiano e urna grande defesa de Danrlei, a bola se chocou com a trave na cobrança de escanteio.  É verdade que o Grêmio teve sua chance, no início do segundo tempo. Aos três minutos, Paulo Nunes deixou Rodrigo Gral livre na pequena área. O goleiro Zé Carlos estava batido, fora do lance, mas o inoperante Rodrigo Gral conseguiu chutar para fora. O Grêmio parou aí. O Flamengo passou a trocar passes no meio-campo, a triangular irritantemente, bola de pé em pé, às vezes atrasada, depois escostada de forma lateral, de novo atrasada e, num rompante, enfiada pelo meio da zaga do Grêmio ou sobre a cabeça dos laterais. Foi um inferno. Nélio, Romário e Evandro, cada qual em sua vez, só não marcaram porque Danrlei foi perfeito. Mas, aos 35 minutos, quem quase marcou foi o Grêmio. Rodrigo Gral estava dando um balãozinho em Fábio Baiano, que o derrubou dentro da área. O árbitro Dacildo Mourão não marcou. Dacildo Mourão, o mesmo árbitro que anulou um gol legítimo de Jardel contra o Palmeiras no ano passado, desclassificando o Grêmio da Copa do Brasil. Dacildo Mourão, que se tornou, ontem, o personagem do jogo.” (Zero Hora - 21 de maio de 1997)




FRASES
''O Dinho tinha mesmo que ser expulso.''
Kleber Leite, presidente do Flamengo, sobre a expulsão do gremista, anteontem

''Foi um desastre. A expulsão do Dinho não obedeceu a nenhu
m critério.''
Renato Marsiglia, do comitê de reestruturação da comissão de arbitragem da CBF



Grêmio 0 x 0 Flamengo


GRÊMIO: Danrlei; Arce, Rivarola, Mauro Galvão e Roger; Dinho, Emerson (Marco Antonio 01/2), João Antônio e Carlos Miguel, Dauri (Rodrigo Gral 33/1) e Paulo Nunes.
Técnico: Evaristo de Macedo

FLAMENGO: Zé Carlos; Fábio Baiano, Júnior Baiano, Fabiano e Athirson; Jamir, Maurinho (Leandro 01/2), Nélio e Evandro; Sávio (Lúcio 02/2), Romário.
Técnico: Sebastião Rocha

Copa do Brasil 1997 – Final – Jogo de ida
Data: 20/5/1997 21:40, terça-feira
Estádio:Olímpico,Porto Alegre-RS
Público: 52.049 (44.951 pagantes)
Renda: R$ 468,847.00
Juiz: Francisco Dacildo Mourão Albuquerque
Auxiliares: Jorge Paulo Oliveira Gomes e Edmilson Corona
Cartões Amarelos: Fábio Baiano, Júnior Baiano, Athirson, Jamir

2 comentários:

Unknown disse...

Eu estava lá!!!

Anônimo disse...

Ainda nos obrigaram a jogar a segunda partida 48h depois da primeira. E mesmo assim fizemos o "Maracanazo" em cima do time queridinho da CBF.