Juca Kfouri - Mosqueteiro campeão Se há um grupo de jogadores neste país que leva ao pé da letra o lema dos mosqueteiros, ''um por todos, todos por um'', este é o grupo do Grêmio, estupendo tricampeão da Copa do Brasil. E não é por acaso que o símbolo do tricolor foi inspirado em Alexandre Dumas. Depois de garantir um 0 a 0 com dez jogadores no Olímpico _pela justa expulsão de Dinho_, o que o campeão do Brasil fez no Maracanã foi outra vez comovente. Ganhava bem até perder o xerife Rivarola e parecia derrotado depois que Romário desempatou para delírio do estádio repleto. Não desistiu, acreditou com a fé dos grandes vencedores e, mesmo com Paulo Nunes numa noite só esforçada, teve em Carlos Miguel o fator que desequilibrou o jogo e calou a massa rubro-negra. Ele já havia dado a bola para o primeiro, e belíssimo, gol de João Antônio. Então, pegou a bola na intermediária, lançou para Roger, correu para o miolo da grande área, recebeu de volta e fez ainda mais alegre o porto do Guaíba. Alguém um dia disse, e virou marca registrada, que o Grêmio é o mais argentino dos times brasileiros. Pois é pouco, apesar de a escola argentina ser fabulosa e bicampeã mundial. O Grêmio, pela sua perseverança, é o mais alemão dos times nacionais, descendente direto de outra escola brilhante e, afinal, tricampeã do mundo. Tri como o Grêmio é tri da Copa do país do tetra e a caminho de ser _por que não?_, no ano que vem, tetra da Copa do país do penta. * Ao Grêmio só falta uma direção que confie mais no valor de seus jogadores e no espírito que a torcida e a própria administração do clube inocularam no time. O Grêmio não precisa que seus dirigentes invadam o gramado ou mandem cortar a água do vestiário adversário, práticas incompatíveis com um enorme campeão. (Folha de São Paulo, 24 de maio de 1997)
Telê Santana - Conquista merecida
O título da Copa do Brasil ficou em boas mãos. Desde a primeira partida eu senti que o Grêmio conquistaria esse título. Mesmo tendo empatado o primeiro jogo e decidindo contra o Flamengo no Maracanã. Eu já treinei o Grêmio e sei a força que o time tem em finais. A torcida gaúcha dá uma força muito grande ao time na hora da decisão. Apesar de ter perdido alguns bons jogadores, como o Jardel, e o técnico Luiz Felipe Scolari, o time se manteve forte e fez por merecer mais essa conquista. (Folha de São Paulo, 25 de maio de 1997)
Alberto Helena Jr.
Não sei quem, lá no Sul _desconfio que seja o Lauro Quadros_, revelou o segredo desse Grêmio interminavelmente campeão: esse Grêmio, simplesmente, se nega a perder. Pode trocar de técnico; sai jogador entra outro; seja a decisão lá, cá ou acolá, não interessa, o tricolor gaúcho, no fim das contas, leva a taça. Talvez tenha a alma em forma de cabide, que não lhe permite vergar-se diante de qualquer situação, como costumava metaforizar o saudoso Kid Jofre, pai do nosso Galo de Ouro, Eder, ao explicar a diferença entre um verdadeiro campeão de boxe e outro apenas ocasional. O fato é que não cai. Pode ir à lona, nunca a nocaute. Mas, na decisão da Copa do Brasil, deu-me a revelação: naquele impreciso instante de qualquer partida decisiva, entre os 30 e 40 minutos do segundo tempo, quando adensa-se no ar a certeza de que o placar está definido, os jogadores, naturalmente, reduzem o ritmo, baixam a vigilância, desligam-se, até. Pois é aí que o Grêmio dá o bote. No momento da tácita trégua, é que ele ataca e mete a mão na taça. Foi assim com o Flamengo. Assim tem sido. E, pelo visto, assim continuará sendo. (Folha de São Paulo, 25 de maio de 1997)
Ruy Carlos Ostermann - A Unha Pródiga O Grêmio fechou na quinta-feira um ciclo de vitórias, quase todas heróicas. A dimensão do heroísmo é uma prova de resolução dos problemas no limite do possível. Não houve um jogo desse ciclo de acontecimentos exitosos que oferecesse à contemplação da crítica ou do torcedor a margem de vantagem, facilidade ou aproveitamento que superasse a condição de dor e sofrimento que cada vitória carregou nas costas.
Por isso, a melhor explicação para o sucesso dos muitos times do Grêmio que têm enfrentado Copa do Brasil e Libertadores - com até quatro reservas, por exemplo, como quinta no Maracanã - não está no plnao das considerações tático-estratégicas. Está na profunda realidade da bravura coletiva, da coragem individual e do time. Enfim, está justificada em valores permanentes da luta, da guerra e do conflito bem resolvido.
E poucas dimensões vitoriosas de um time servem mais a esse momento difuso do futebol brasileiro. O time do Grêmio não tem um astro consumado, de altíssima voltagem técnica como os principais brasileiros têm ou imaginam ter. Tem, ao contrário, um grupo que sabe jogar basicamente o futebol, tem boa técnica, mas que só se vale disso depois de ter quebrado a resistência ofensiva do adversário e se assegurado de que a bola é o primeiro triunfo dos times vitoriosos. É essa identidade de guerra, luta e afirmação coletiva que está concedendo ao Grêmio as benesses de jogos encruados resolvidos positivamente, pelo regulamento ou pelo escore, na unha.
A unha pródiga do jogo.
*** "Para ganhar do Grêmio, um time precisa ser mais técnico e mais competitivo. Se não for as duas coisas, no máximo empata. Ganhar, não ganha."
-o cronista Fernando Calazans, de O Globo, fino texto carioca, avaliando as duras circuntâncias da final da Copa do Brasil, sob o título de Ganhou o Melhor." (Publicado em 24/05/97 - Zero Hora) Paulo Sant’Ana - Grêmio Supercampeão! Milagre! Milagre! Milagre! Depois de quase morto no Maracanã de 100 mil flamenguistas, ressuscitou a garra farrapa do Grêmio, ressurgiu a flama maragata e chimanga do Grêmio, a tradição gaúcha de força, garra, combatividade, a alma ancestral da bravura gaúcha foi mostrada e lavada no gramado do maior estádio do mundo. Que vitória, que título, que extraordinária demonstração de obstinação, de fé no destino de vitória, que danação incrível no corpo e no espírito diante da adversidade. Simbolizada numa atuação de leão, numa reação de fera do grande Otacílio em todo o gramado.
Fantástico Grêmio, que detém agora os dois únicos títulos de abrangência nacional, é campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil, não dá mais para nenhum paulista, nenhum carioca, nenhum brasileiro contestar esta grandeza gigantesca de um time provinciano, que agora ganha o Brasil como já ganhou duas vezes a América e o Mundo.
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O Grêmio é campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil ao mesmo tempo. Nunca houve nada igual no futebol brasileiro. São cinco títulos nacionais. Os paulistas e os cariocas vão declarar, observem nos próximos dias, que o Grêmio é o time da década e o time do milênio no futebol brasileiro É um clube predestinado à glória, nada há que o detenha no encontro com a vitória. O Grêmio é um milagre, uma utopia, um fato material, espiritual, mediúnico e sobrenatural que deixa para sempre os seus torcedores envoltos em sonhos e fantasias de felicidade.
Quase não dá para acreditar que o Grêmio tenha tantos títulos em sua bagagem. Porque o Grêmio é pobre perto do Corinthians, do Flamengo, do Palmeiras, esta potências todas que o Grêmio tem batido nos últimos anos, o Grêmio não tinha dinheiro para contratar um centroavante há poucos dias. E chegou à glória máxima de um time brasileiro ao se sagrar ao mesmo tempo campeão brasileiro e da Copa do Brasil, fato único e inédito , com um time de poucas estrelas, mas de um espirito de luta e dedicação , de uma insistência diante da adversidade como jamais se viu igual em outro time.
Não é o Grêmio que tem sorte, são os seus torcedores que nasceram com a sorte de ser gremistas.” (Publicado em 23/5/97 - Zero Hora)
Milhares de torcedores gremistas saíram às ruas com bandeirinhas e estourando fogos para comemorar título LÉO GERCHMANN
O Grêmio foi saudado ontem por milhares de torcedores ao desfilar em carro aberto pelas ruas de Porto Alegre (RS). O time, tricampeão da Copa do Brasil, chegou ao aeroporto Salgado Filho às 12h20 de ontem, dirigindo-se para o estádio Olímpico em um carro dos bombeiros. ''Vamos comemorar, esta torcida merece'', disse Paulo Nunes, que, convocado para a seleção brasileira, desfalcará o time nos jogos contra os mineiros. ''Depois, pensaremos no Cruzeiro para, com muito respeito, conquistar a Libertadores.'' O carro aberto se justificou, segundo o presidente Luís Carlos Silveira Martins, pelo fato de que a taça foi conquistada em definitivo e que, cinco meses antes, o mesmo grupo conquistara o Brasileiro. A recepção aos jogadores foi o desfecho de uma madrugada de festa. ''Eu sabia que a cidade estaria vestida de azul. É lindo'', disse o zagueiro Mauro Galvão. Depois do jogo de anteontem à noite, em todo o Estado torcedores saíram às ruas portando bandeiras, estourando foguetes e buzinando em seus carros. A festa não foi impedida nem pelo forte frio _a temperatura chegou a ser negativa em alguns municípios. O ex-técnico do Grêmio Luiz Felipe e o zagueiro Adílson, ex-capitão da equipe, foram colocados em contato, desde o Japão, com os jogadores no início da madrugada de ontem (início de tarde no Japão) pela Rádio Gaúcha. Luiz Felipe, Adílson e o ex-preparador físico do Grêmio Paulo Paixão trabalham no Jubilo Iwata, junto com os gaúchos Dunga e Mabília. ''A gente torcia muito'', afirmou Luis Felipe. ''O Paixão interrompia o treino toda hora, telefonava para Porto Alegre e dava os resultados parciais.'' (Folha de São Paulo)
Grêmio é campeão da Copa do BrasilTime gaúcho empata com o Flamengo no Maracanã e vai disputar a Taça Libertadores da América em 98
O Grêmio empatou ontem em 2 a 2 com o Flamengo no Maracanã e conquistou pela terceira vez a Copa do Brasil. No primeiro jogo entre os times, na terça-feira, houve empate em 0 a 0. Com o título, a equipe gaúcha já está classificada para a Taça Libertadores da América de 98. O Flamengo foi surpreendido logo aos 6min do primeiro tempo. João Antônio recebeu passe de Carlos Miguel, driblou o zagueiro Fabiano e chutou forte no canto esquerdo do goleiro Zé Carlos. O Flamengo por pouco não sofreu o segundo gol em seguida. Nos contra-ataques, o Grêmio chegou com perigo aos 8min, com Paulo Nunes, e aos 14min, com Arce. Ambos arriscaram bons chutes. Aos 21min, Carlos Miguel também ameaçou o gol de Zé Carlos, em cobrança de falta. O primeiro chute a gol do Flamengo só saiu aos 25min, com o lateral-esquerdo Athirson, que infiltrou pelo meio e chutou no canto direito de Danrlei. O Flamengo perdeu o meia Sávio, que saiu de campo contundido. Seu substituto, Lúcio, empatou o jogo aos 30min. O ex-meia do Goiás recebeu livre na área, dominou e finalizou com perfeição. Os cariocas, empurrados pela torcida, cresceram em campo e viraram ainda no primeiro tempo. Nélio cruzou para Romário. O atacante se antecipou ao zagueiro Luciano, que entrara no lugar de Rivarola, e cabeceou colocado. A bola tocou na trave após defesa parcial de Danrlei. No rebote, o próprio Romário fez de cabeça. No segundo tempo, o Grêmio voltou jogando mais à frente. Aos 3min, Luciano, de cabeça, acertou a trave flamenguista. O troco veio um minuto depois. Após chute cruzado de Athirson da esquerda, a bola passou por toda a área e por pouco Romário não a alcançou. Aos 34min, o Grêmio conseguiu o empate. O lateral Roger avançou pela esquerda e cruzou. A bola desviou na zaga e sobrou para Carlos Miguel, na frente de Zé Carlos. O gremista só encobriu o goleiro.
"Técnico campeão da Copa do Brasil de 1997, o carioca Evaristo de Macedo,
hoje com 80 anos, não escalaria três zagueiros e três volantes, um dos
modelos preferidos de Renato Portaluppi.
– Sempre gostei de atuar
com dois bons zagueiros, um bom defensor no meio de campo e o restante
do time jogando para a frente – sintetiza o ex-treinador, que se
aposentou depois de seis décadas no futebol.
Foi por conta desse
estilo ousado que ele não se intimidou diante de um Maracanã lotado por
quase 100 mil flamenguistas. O Grêmio saiu na frente, com João Antônio,
sofreu a virada, com gols de Lúcio e Romário, e chegou ao empate por
Carlos Miguel. Somado ao empate sem gols do primeiro jogo no Olímpico, o
2 a 2 garantiu a taça.
– Meu time não era de se assustar. Sabia tocar a bola, não era só de briga, jogava também – recorda." (Zero Hora - 27 de outubro de 2013)
FRASES ''Nós não tomamos gol em Porto Alegre (no primeiro jogo), e isso foi muito importante.'' João Antônio, volante do Grêmio, que foi favorecido pelo regulamento da Copa do Brasil ao marcar gols no campo do adversário ''É difícil uma equipe ter mais raça que a nossa. Agora, ninguém mais tira a taça do Grêmio.'' Danrlei, goleiro do Grêmio
''Nós mostramos raça, fibra, determinação. Dedico o título aos rapazes, e vamos para a Libertadores.'' Evaristo de Macedo, técnico do Grêmio
"Teve algum jogo contra a dupla Gre-Nal que ficou marcado na sua carreira?
ROMÁRIO - Cara,
negativamente. Flamengo e Grêmio no Maracanã, em 1997. Que a gente
empatou de 0 a 0 lá e depois eles empataram em 2 a 2 e foram campeões da
Copa do Brasil. E teve um jogo lá no Beira-Rio que me marcou muito, em
1998. Eu havia falado para a comissão técnica da Seleção Brasileira que,
em determinado dia, eu ia estar bom para jogar. Era o segundo jogo da
segunda fase da Copa (3 de julho, data de Brasil x Dinamarca pelas
quartas de final). Aí a Seleção jogou e dois dias depois eu entrei em
campo pelo Flamengo em um amistoso contra o Inter. A gente empatou em 1 a
1, e eu fiz o gol. Eles não confiaram no que eu tinha dito." (Zero Hora)
GRÊMIO: Danrlei; Arce, Rivarola (Luciano16/1), Mauro Galvão e Roger; Otacílio, João Antônio, Emerson e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Djair 37/2) e Rodrigo Gral (Marcos Paulo 22/2). Técnico: Evaristo de Macedo
Copa do Brasil 1997 – Final – Jogo de Volta Data: 22/5/1997 21:30, Quinta-feira Estádio:Maracanã,Rio de Janeiro-RJ Público: 95,125 Renda: R$ 970,350.00 Juiz: Wilson de Souza Mendonça-PE Cartões Amarelos: Mauro Galvão, Otacílio, Rodrigo Gral Gols:João Antônio 06/1T, Lúcio 30/1T, Romário 41/1T, Carlos Miguel 34/2T
Flamengo consegue empate no Olímpico Equipe carioca obtém igualdade sem gols diante do Grêmio no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil
Grêmio e Flamengo empataram em 0 a 0, ontem à noite, no estádio Olímpico, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. A segunda partida é amanhã, no Maracanã. O jogo foi marcado pela confusa arbitragem de Francisco Dacildo Mourão, xingado pelos torcedores e criticado pelos jogadores. O jogo, porém, tampouco empolgou. Os erros e a falta de efetividade do ataque gaúcho se somaram à excessiva segurança da equipe carioca, que se esmerou mais na marcação do que em fazer gols. O Grêmio começou assustando. Com apenas um minuto de jogo, Carlos Miguel cobrou falta na extrema esquerda do ataque, e a bola, após atravessar toda a área, bateu na trave de Zé Carlos. Apesar de pressionado, o Flamengo mantinha a calma no meio-campo e, aos 20min, já conseguia dominar o setor. As jogadas de ataque do Grêmio, porém, eram mais efetivas, como aos 24min, quando Zé Carlos tocou para escanteio chute de Arce. Aos 31min, Evaristo de Macedo foi obrigado a colocar Rodrigo Gral no lugar de Dauri, sentindo a região do púbis. Mas, em seguida, a equipe se desestruturou com a expulsão de Dinho, que fez falta violenta em Sávio. Sob os gritos de ''vendido'', Mourão perdeu o controle da partida. Distribui mais três cartões amarelos sem nenhum critério. Nervosa, a equipe gremista deu espaço ao adversário e, aos 45min, Júnior Baiano teve a melhor chance do Flamengo. Cabeceou para boa defesa de Danrlei. Na segunda etapa, logo aos 3min, Paulo Nunes chutou de fora da área. Júnior Baiano furou, e Rodrigo Gral desperdiçou. O Flamengo reagiu dois minutos mais tarde. Romário fez bom lançamento para Nélio. Danrlei salvou a equipe mais uma vez. Aos 12min, Romário repetiu a assistência, desta vez para Evandro, que tocou para fora. O Flamengo vinha melhor e, aos 19min, Romário ficou sozinho na área. Danrlei barrou a jogada, mas o árbitro já anotava impedimento. Para o segundo jogo, o desfalque no Flamengo será Júnior Baiano, que recebeu seu terceiro amarelo (Folha de São Paulo, 21 de maio de 1997)
"Gaúchos ainda culpam árbitro Dirigentes, jogadores e comissão técnica do Grêmio se disseram inconformados com a atuação do juiz Dacildo Mourão, que, segundo eles, interferiu diretamente no empate do primeiro jogo da decisão, anteontem, em Porto Alegre. As reclamações do Grêmio se referiram principalmente à expulsão de Dinho e à tolerância do juiz em relação aos jogadores do Flamengo. ''Foram dois pesos e duas medidas'', disse o presidente do Grêmio, Luís Carlos Silveira Martins.Os protestos gremistas encontraram ressonância nas declarações do diretor-técnico da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Gilberto Coelho, e do ex-juiz Renato Marsiglia, integrante da comissão que auxilia na coordenação da arbitragem brasileira. ''A atuação da arbitragem foi ruim. A expulsão do Dinho foi rigorosa, e o Dacildo cometeu vários equívocos'', disse Coelho. ''Eu simplesmente cumpri a regra do jogo'', afirmou Mourão. O juiz se referiu à regra que determina a expulsão do jogador que realizar jogada violenta.O técnico do Grêmio, Evaristo de Macedo, disse que Mourão foi ''covarde'' ao não expulsar Júnior Baiano (que fez falta violenta em Paulo Nunes e recebeu cartão amarelo) e que a sua atuação foi um ''desrespeito'' ao Grêmio.O Flamengo respondeu às acusações gremistas dizendo que a equipe gaúcha é violenta. ''O Grêmio tem um excelente time, por isso não precisa bater tanto'', disse o técnico Sebastião Rocha. "(Folha de São Paulo, 22 de maio de 1997)
"O diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho, disse que o árbitro Francisco Dacildo Mourão foi "mal" na partida de ontem. Coelho considerou rigorosa demais a expulsão de Dinho, no primeiro tempo. "O Dacildo perdeu-se depois da expulsão do Dinho e cometeu vários equívocos", afirmou. No entanto, o diretor técnico da CBF fez questão de frisar que a honestidade do arbitro não pode ser questionada: "Ele é um juiz digno de confiança". (Zero Hora - 21 de maio de 1997)
"ÁRBITRO GARANTE O EMPATE Direção, jogadores e torcida deixam Olímpico revoltados com atuação da arbitragem após o O a O entre Grêmio e FlamengoCom uma atuação calamitosa, o cearense Dacildo Mourão impediu que o Grêmio largasse com vantagem sobre o Flamengo na final da Copa do Brasil, ontem à noite, no Olímpico. Ele expulsou Dinho injusta-mente e não deu pênalti sobre Rodrigo Gral. O jogo terminou em O a O. Amanhã, no Maracanã, a decisão do título. Com um novo empate, mas com gols, o Grêmio será campeão. Outro O a O determinará pênaltis. A expulsão de Dinho, aos 35min, provocou uma mudança na história do jogo. Até ali, o Grêmio dominava e, embora um pouco lento, buscava o gol com insistência. Logo a 1 minuto de jogo, Carlos Miguel sofreu falta junto à linha de fundo. Arce cobrou e acertou a trave esquerda. O Flamengo estava intimidado diante da determinação gremista. O time carioca só conseguiu respirar quando o árbitro Dacildo Mourão decidiu equilibrar a disputa tirando Dinho de campo. Dinho entrou duro em Sávio e fez uma falta típica de cartão amarelo. Mas foi expulso. Na arquibancada, a torcida gritava "vendido, vendido". A partir daí, o jogo ficou tenso. Aos 44min, Júnior Baiano aparou es-canteio e cabeceou para Danrlei brilhar, defendendo pela linha de fundo. Em nova cobrança, Danrlei saiu mal e Júnior Baiano cabeceou na trave direita. No segundo tempo, aos 3 minutos, Rodrigo Gral driblou o goleiro e chutou para fora. Aos 7min, Júnior Baiano fez falta dura sobre-Paulo Nunes. A torcida pediu a expulsão, mas o zagueiro levou só o cartão amarelo. O Flamengo teve 3 boas chances, mas encontrou Danrlei sempre bem colocado. Aos 35min, Rodrigo Gral sofreu carga por trás de Athirson, num pênalti que o árbitro não assinalou. " (Correio do Povo - 21 de maio de 1997)
"CACALO EXIGIRÁ JUIZ DE FORA A arbitragem do cearense Francisco Dacildo Mourão desagradou profundamente ao presidente Luís Carlos Silveira Martins. Tanto que hoje ele pedirá para a CBF escalar amanhã, no 2° jogo contra o Flamengo, um árbitro estrangeiro. "Não digo que Wilson de Souza Mendonça seja ladrão. mas ele não tem as mínimas condições psicológicas de apitar a partida", disse Cacalo. O dirigente afirmou depois que Dacildo Mourão roubou escandalosamente. -Ele deve ser investigado, pois faz parte da quadrilha do Ivens Mendes."O diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho, criticou por sua vez a expulsão de Dinho. "Ele (árbitro) foi rigoroso demais e se perdeu a partir daí", resumiu. "Quando a arbitragem é assunto principal, ternos de convir que não foi boa." O ex-presidente Fábio Koff era um dos mais indignados. "O Grêmio mostrou que é melhor, mas o juiz desequilibrou o jogo. No Maracanã, será outra história." O técnico Evaristo de Macedo também não deixou por menos: "É uma vergonha para o futebol a atuação desse rapaz". (Correio do Povo - 21 de maio de 1997)
"BOMBA DE GÁS FERE REPORTER Depois da partida, houve muito tumulto cm frente ao portão de saída dos árbitros. Um torcedor tentou invadir o vestiário onde estava o cearense Francisco Dacildo Mourão, mas foi contido pela Policia. Para controlar a multidão, a Brigada Militar usou duas bombas de impacto moral. Algumas pessoas saíram feridas, entre elas o repórter Daniel Oliveira, da Rádio Guaíba. O presidente do Flamengo, Kléber Leite, admitiu que a falta cometida por Dinho não era passível de cartão vermelho. "Mas, antes, o Dinho já havia feito umas duas faltas violentas. Se ele tivesse dado amarelo em uma delas, ninguém reclamaria da expulsão", ponderou. O técnico do Flamengo, Sebastião Rocha, disse que esperava mais do Grêmio. "Foi um time muito violento. Pensei que tocariam mais a bola." Amanhã, Grêmio e Flamengo voltam a se enfrentar, desta vez no Maracanã, na final da Copa do Brasil. Os times já têm duas certezas. Os gaúchas não poderão contar com o volante Dinho, expulso ontem. A equipe carioca estará desfalcada do zagueiro, Júnior Baiano, que levou o terceiro cartão amarelo. Otacílio, que ontem cumpriu suspensão, entra na vaga de Dinho. Dauri, com dores pubianas, é dúvida para compor o ataque com Paulo Nunes." (Correio do Povo - 21 de maio de 1997)
“ÁRBITRO MUDA O JOGO NO OLÍMPICO Dinho foi expulso, a partida ficou em 0 a 0 e, amanhã, o Grêmio precisa do empate com o FlamengoBraço direito levantado. Na mão, entre o indicador e o polegar, o cartão vermelho. Diante dele, um estupefato Dinho. Eram 37 minutos do primeiro tempo e o árbitro Dacildo Mourão estava mudando o rumo da partida entre Grêmio e Flamengo, ontem à noite, no Estádio Olímpico. O 0 a 0 foi bom para o Flamengo, que amanhã joga em casa, no Maracanã, e ruim para o Grêmio, que vai precisar marcar pelo menos um gol, se quiser conquistar seu terceiro título da Copa do Brasil. O empate em zero leva a decisão para os pênaltis. Empate com qualquer outro placar dá a taça ao Grémio. No começo, o jogo parecia se encaminhar para o previsível. O Grêmio era vibrante, elétrico, pressionava o Flamengo, criava situações de gol. Já na saída de bola, Carlos Miguel fez boa jogada pela esquerda e foi derrubado por Júnior Baiano. Na cobrança da falta, Arce acertou na trave. Dois minutos depois, Paulo Nunes estava pedalando uma bicicleta na área inimiga. O time gaúcho continuou no ataque, apesar de Paulo Nunes estar bem marcado por Júnior Baiano. Tudo isso até Dinho ser expulso injustamente. O volante ainda não havia levado cartão amarelo e cometeu a falta sobre Sávio na lateral-esquerda do campo de ataque. Com a expulsão, a torcida enlouqueceu nas arquibancadas. Passou a gritar como não gritara até então, acreditando na mística das últimas partidas, quando o Grêmio também foi prejudicado e reagiu com energia. Só que ontem o Grêmio teve de enfrentar o toque de bola do Flamengo. Um toque de bola que mata o jogo, quebra o ritmo do adversário, cansa jogadores que, como os do Grêmio, já estão desgastados. No final do primeiro tempo, aos 46 minutos, o Flamengo deu uma amostra pressaga do que aconteceria no segundo tempo. Depois de uma cabeçada de Júnior Baiano e urna grande defesa de Danrlei, a bola se chocou com a trave na cobrança de escanteio. É verdade que o Grêmio teve sua chance, no início do segundo tempo. Aos três minutos, Paulo Nunes deixou Rodrigo Gral livre na pequena área. O goleiro Zé Carlos estava batido, fora do lance, mas o inoperante Rodrigo Gral conseguiu chutar para fora. O Grêmio parou aí. O Flamengo passou a trocar passes no meio-campo, a triangular irritantemente, bola de pé em pé, às vezes atrasada, depois escostada de forma lateral, de novo atrasada e, num rompante, enfiada pelo meio da zaga do Grêmio ou sobre a cabeça dos laterais. Foi um inferno. Nélio, Romário e Evandro, cada qual em sua vez, só não marcaram porque Danrlei foi perfeito. Mas, aos 35 minutos, quem quase marcou foi o Grêmio. Rodrigo Gral estava dando um balãozinho em Fábio Baiano, que o derrubou dentro da área. O árbitro Dacildo Mourão não marcou. Dacildo Mourão, o mesmo árbitro que anulou um gol legítimo de Jardel contra o Palmeiras no ano passado, desclassificando o Grêmio da Copa do Brasil. Dacildo Mourão, que se tornou, ontem, o personagem do jogo.” (Zero Hora - 21 de maio de 1997)
FRASES ''O Dinho tinha mesmo que ser expulso.'' Kleber Leite, presidente do Flamengo, sobre a expulsão do gremista, anteontem
''Foi um desastre. A expulsão do Dinho não obedeceu a nenhum critério.'' Renato Marsiglia, do comitê de reestruturação da comissão de arbitragem da CBF
Grêmio 0 x 0 Flamengo
GRÊMIO: Danrlei; Arce, Rivarola, Mauro Galvão e Roger; Dinho, Emerson (Marco Antonio 01/2), João Antônio e Carlos Miguel, Dauri (Rodrigo Gral 33/1) e Paulo Nunes. Técnico: Evaristo de Macedo
Copa do Brasil 1997 – Final – Jogo de ida Data: 20/5/1997 21:40, terça-feira Estádio:Olímpico,Porto Alegre-RS Público: 52.049 (44.951 pagantes) Renda: R$ 468,847.00 Juiz: Francisco Dacildo Mourão Albuquerque Auxiliares: Jorge Paulo Oliveira Gomes e Edmilson Corona Cartões Amarelos: Fábio Baiano, Júnior Baiano, Athirson, Jamir
Brasileirão 2016 - Palmeiras 4x3 Grêmio
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E na quinta rodada, a defesa do Grêmio foi vazada pela primeira vez. E foi
vazada quatro vezes na mesma partida. Com isso o tricolor teve sua primeira
d...